Artigo publicado no Blog do Noblat em  09.07.2014

Não se sabe se a Copa vai influenciar o resultado das eleições presidenciais. Mas já influenciou a campanha eleitoral. Por pelo menos dois motivos.

Primeiro, por causa do silêncio de Lula. Devidamente cauteloso até hoje. Quase ausente.

Se o Brasil tivesse ganho a Copa, a frase imediata que estaríamos ouvindo seria: “E ainda tinha gente que achava que fiz errado em trazer a Copa para o Brasil”. Dificilmente Lula deixaria de se acreditar um dos responsáveis pela vitoriosa disputa pela Copa confirmada em Zurique, em 30 de outubro de 2007.

Segundo, porque alguém já disse que Aécio Neves, como Tancredo, joga parado. Acho que foi o Elio Gaspari.

Aécio parece não procurar a bola. Espera a bola vir até ele. Na derrota do Brasil, só o fato de ganhar o silêncio de Lula, e do PT, já é uma vitória. Sem precisar dizer ou fazer nada especificamente.

Se as eleições fossem hoje, provavelmente o desejo de mudança que existe no cidadão comum, diante das derrotas, prevaleceria. Poderia influenciar. Mas as eleições estão muito longe ainda. Tem a televisão. Os debates. Os votos só se consolidarão quando estivermos mais próximos de outubro.

O que não impede que todos os lados, partidos e candidatos, desde as 18 horas desta terça-feira, estejam nas mídias sociais em plena campanha sob o véu da Copa.

Difícil será acertar como faturar o fracasso em favor de sua campanha e de seu partido. Difícil será eleitoralizar a Copa.

Não será, com certeza, com um discurso elitista que já circula nas redes, contra o bolsa família, acusando nosso povo e nosso futebol de serem malandros e o alemão o ralador e exemplo a seguir. Este discurso desconhece Brasil, nosso povo e a história do mundo. Vai dar errado.