Artigo publicado em 20.08.2014 no Blog do Noblat.

Agora que a sucessão de Eduardo Campos foi decidida a nível presidencial, Marina e Beto Albuquerque, tudo se volta para a sucessão de Eduardo em Pernambuco. Aquela depende muito desta.

O advogado pernambucano José Henrique Wanderley Filho entrou na justiça eleitoral em nome da família de Eduardo Campos, tentando proibir que Armando Monteiro Neto, candidato do PTB e do PT ao governo, usasse imagens de Eduardo na televisão, na propaganda eleitoral gratuita.

O desembargador eleitoral, José Ivo de Paula Guimarães, recusou, argumentando que não se admite censura prévia. Está certo.

Informar aos eleitores que o candidato a governador de Eduardo é Paulo Câmara do PSB, e não Armando, passou a ser a tarefa crucial do legado de Eduardo. Era esse seu papel na campanha local, até então ressentida da prioridade que ele dava à campanha nacional.

É que embora Armando tenha mais de 40% de intenções de voto, mais de 50% dos seus eleitores acreditam que votando em Armando estariam votando na continuidade de Eduardo. Erro de pessoa. Desfazer o equívoco era a missão principal de Eduardo na televisão. E agora?

Se Marina ganha a eleição presidencial e o candidato de Eduardo perde em Pernambuco, o PSB se enfraquece local e nacionalmente. Para que o PSB tenha força, seja no futuro governo de Marina ou na oposição a um futuro governo de Dilma, ganhar em Pernambuco passou a ser crucial.

Talvez seja por isso que Renata Campos, viúva de Eduardo, se disponha a ajudar o partido com uma participação mais ativa do que o esperado normalmente em uma situação de luto.
Talvez a disputa na televisão vá precisar da presença ou dela mesma ou de seu filho mais velho para esclarecer os eleitores.

O horário eleitoral será decisivo. Informar e ver decide o voto.