Artigo publicado no Blog do Noblat em 05 de agosto de 2014

Daqui da Europa, enquanto nosso futuro, pelo menos de imediato, está em jogo por aí, ninguém se interessa pelas eleições no Brasil. Basta ver o noticiário, seja político seja econômico, nos principais jornais, na internet, e nas televisões tanto daqui, quanto dos Estados Unidos e mesmo na Ásia. Por quê?

As notícias principais são a guerra entre Israel e palestinos.

Aliás, com todo o respeito a ambas as partes, acredito que a divulgação desta infinita guerra é uma invasão quase que monopolística do noticiário.

Além disto, tem a guerra da Síria, a guerra da Ucrânia, a epidemia de ebola na África, a guerra da Argentina com um juiz de primeira instância de Nova York, a falência do grupo português Espírito Santo, as férias de europeus e americanos, todos ao sol, a corrupção financeira na China, as retaliações econômicas de Obama, a tortura que agora os americanos confessam ter praticado depois de onze de setembro, e por aí vamos.

Ou seja, nós não somos notícias pelo simples fato de que as eleições podem ter um resultado incerto, mas a rota da democracia que estamos cumprindo está certa. E isto é o que importa.

Aliás, o embaixador Marcos Azambuja sempre defendeu que o melhor interesse do Brasil é desaparecer, submergir, se fingir de morto sem estar.

E somente colocar a cabeça para fora, de tempos em tempos, para dizer que estamos vivos, e que estamos cada vez mais fortes, ainda que não nos sintamos tanto.

Se o mundo ainda conhece pouco Dilma, não tanto quanto conhecia Lula e Fernando Henrique, simplesmente desconhece Aécio Neves e Eduardo Campos.

Todos e com Marina, preenchem os requisitos estabelecidos pela ordem mundial de políticos compromissados com democracia, estabilidade econômica, competição, melhor emprego e salários. Ou seja, são mundialmente indiferenciáveis. Isto basta. E isto é bom.